Mas mesmo assim, mesmo com provas cabais, o Poder Executivo não se constrange em mentir junto ao Poder Judiciário, como se nada pudesse o atingir.

É importante enfatizar que o argumento utilizado pelo Tribunal de Justiça de Sergipe, para decretar a ilegalidade da paralisação das professoras e professores da Rede Estadual, é justamente a inverdade criada pelo Governo Sergipe, ou seja, a decisão do Poder Judiciário está baseada em uma falácia.

É lamentável o Poder Executivo mentir para outro poder, para o Poder Judiciário, apenas para perseguir professoras e professores. Não há dúvida da clara intenção de perseguição e coerção por trás desta ação do governo.

Também não há dúvida que nesta ação há ainda a intenção do Governo do Estado de esconder do Poder Judiciário que o tal canal de negociação, que o Governo diz estar aberto para o SINTESE, não passa de uma mais uma das mentiras contadas.

No ofício encaminhado pelo SINTESE ao Governo do Estado, comunicando sobre a paralisação dos dias 26 e 27 de agosto, o Sindicato aponta os 29 ofícios enviados por esta entidade sindical, de janeiro até a presente data, nos quais solicita audiência com o Governador, com seus secretários e com outros de seus representantes, sem qualquer sucesso, sem que nenhuma audiência de fato acontecesse. O que, mais uma vez, fortalece a prova de que a “negociação aberta” não passa de uma mentira.

É importante ressaltar que o Supremo Tribunal Federal (STF) tem o entendimento de que quando não há negociação entre gestores e servidores públicos, a greve de servidores público não pode ser decretada ilegal. Neste sentido, reforça a tese do SINTESE de que o Governo do Estado fez uma opção consciente de não anexar para o Poder Judiciário o ofício enviado pelo SINTESE informando sobre a paralisação dos dias 26 e 27 de agosto, uma vez que o conteúdo do ofício do Sindicato prova por A+B que o Governo de Sergipe mente ao dizer que negocia com a representação das professoras e professores.

Toda essa situação demonstra a fragilidade e a necessidade de haver uma mudança legislativa no Brasil, para que em casos de conflitos trabalhistas as duas partes possam ser ouvidas antes do Poder Judiciário decretar ilegalidade de movimentos paredistas. Se tanto o Governo como o SINTESE tivessem sido ouvidos, teria caído por terra o argumento usado pelo Governo do Estado para solicitar a ilegalidade da paralisação das professoras e professores da Rede Estadual de Ensino de Sergipe.

O SINTESE espera o bom senso e reflexão do Poder Judiciário diante da postura lamentável do Poder Executivo e que o mesmo responda por sua ação para que tal fato não volte a se repetir, nem com o SINTESE e nem com outro sindicato. O governo não pode simplesmente mentir para o Poder Judiciário sem que nada o aconteça. O Governo do Estado de Sergipe precisa compreender aquilo que sabemos desde de pequenos: A mentira tem perna curta.