Em assembleia realizada nesta terça, dia 04, as professoras e professores decidiram manter a luta em defesa dos direitos do magistério, apresentar como proposta que o abono se transforme em gratificação permanente e seja estendida para aposentados, que uma nova assembleia será realizada dia 18 e que vão aderir à greve nacional do magistério no dia 26 de abril pela revogação do Novo Ensino Médio e pela valorização dos profissionais da Educação através da atualização do piso aplicado nas carreiras.
O magistério da rede estadual não abre mão da retomada da carreira e que o abono seja estendido, como gratificação permanente, para aposentadas e aposentados. Esse foi o estado de ânimo das professoras e professores na assembleia realizada nesta terça, dia 04.
A pressão do magistério nas redes sociais, a busca do sindicato em ter uma resposta dos representantes do governo e a assembleia representativa fizeram com que o SINTESE seja recebido pelo governador Fabio Mitidieri no dia 17 de abril às 11h no Palácio de Despachos. No dia 18 às 9h acontece uma nova assembléia para avaliação do que foi apresentado na audiência.
“Precisamos da garantia do governador de que o processo de recuperação da carreira do magistério seja iniciado, pois até o momento só nos foi apresentado um estudo e isso não contempla os anseios da categoria. Essa audiência é fundamental para que haja um compromisso efetivo do governo Fabio Mitidieri em valorizar o magistério da rede estadual”, disse Roberto Silva dos Santos, presidente do SINTESE.
Professor Roberto fez um breve histórico das reuniões com representantes do governo desde a última assembléia no dia 14 de fevereiro, até a manhã de hoje, dia 04. Foram semanas de muitas reuniões com representantes do governo estadual e de concreto nada foi apresentado.
O sindicato foi recebido no dia 15 de março, na Seduc onde os dirigentes colocaram que a discussão sobre retomada da carreira do magistério e garantia de valorização dos profissionais da Educação em atividade e aposentados fosse feita não só com a Seduc, mas também com as secretarias da Administração, Fazenda e o Sergipeprevidência.
A expectativa da categoria era que no dia 24 de março, já em audiência com a Seduc e a Secretaria de Administração fossem apresentados os estudos de impacto financeiro para recuperação da carreira, seja ela de forma imediata ainda em 2023 ou um processo que se estenda pelos próximos anos, mas só foi apresentado o impacto financeiro da implementação total da carreira e que o Estado não teria condições de fazer a retomada dos patamares estabelecidos no plano em 2023.
O que o magistério quer
A proposta do magistério para a carreira é que ela retorne aos patamares de 2011 e isso significa que vencimentos iniciais sejam atualizados em 1% a cada três anos de serviço e que haja diferenciação nos vencimentos iniciais entre os professores e professoras a partir da formação. Da formação em Nível Médio para Graduação é de 40%, Nível Médio para Pós-Graduação de 50%, Nível Médio para Mestrado de 62,5% e Nível Médio para Doutorado de 100%.
“Carreira é isso, a valorização do profissional do magistério seja por tempo de serviço ou por incremento em sua formação. Tirar isso do professor, como o governo do Estado tem feito nos últimos anos faz com que a categoria responsável pela formação do futuro de Sergipe esteja extremamente desvalorizada e empobrecida”, afirma a vice-presidente do SINTESE, Ivonia Ferreira.
O sindicato também propõe que o abono seja transformado em uma gratificação permanente e estendido as aposentadas e aposentados. Pois atualmente ele não incide na previdência para os da ativa e quem está aposentado não recebe.
“A simples manutenção do abono não é o suficiente. É preciso que o magistério tenha ganho real e isso só é possível com a recuperação da carreira”, afirma o presidente do SINTESE.
O descongelamento do triênio e da GATI (Gratificação por Atividade de Tempo Integral), auxílio tecnológico e auxílio internet também estão na pauta do magistério da rede estadual.
Aposentadas e aposentados
A direção do sindicato voltou a afirmar na assembléia que a luta pela carreira e por valorização do magistério abrange também aposentadas e aposentados. A comissão de negociação do SINTESE na rede estadual foi recebida duas vezes pelo diretor do Sergipeprevidência e ambas os dirigentes foram contundentes em dizer que é preciso construir uma política de aumentar as receitas do fundo previdenciário na perspectiva de garantir os direitos das professores e professores aposentados.
“É necessário que o governo tenha alternativas para o déficit do Sergipeprevidência, pois não dá para continuar com uma política de massacre e empobrecimento de aposentadas e aposentados que têm o direito constitucional à integralidade e paridade”, afirma a professora Ivonete Cruz, do departamento de Base Estadual do SINTESE.
Greve Nacional
As professoras e professores da rede estadual também decidiram aderir à greve nacional do magistério que será dia 26 de abril na pauta a luta pela aplicação da atualização do piso nas carreiras e pela revogação do Novo Ensino Médio.