Na manhã desta quarta-feira, 5, o governador Fábio Mitidieri esteve no estúdio da Rádio Fan FM, de onde abordou uma série de assuntos relacionados aos primeiros meses de seu governo. Promessas de campanha, metas de governo, eleições municipais e atração de investimentos para o estado foram assuntos discutidos, além de outras questões.
Dentre os assuntos abordados, um dos mais espinhosos, sem dúvida, foi sobre as mudanças que estão programadas para a Companhia de Saneamento do Estado de Sergipe, a Deso, que é campeã de queixas e insatisfação por parte da população sergipana.
Fábio foi perguntado por um ouvinte sobre o “clima de trabalho” na Deso, que anda ruim. De acordo com as palavras do participante, “o tsunami já aconteceu”. A pergunta é uma clara referência à preocupação e provável insatisfação dos trabalhadores da companhia, em função das incertezas reservadas para o futuro da estatal, ante a concessão planejada pelo atual governo. O governador respondeu de maneira enfática.
“Clima ruim está é na população com a Deso, que reclama todo dia da falta d’água, que reclama todo dia que você vai no sertão e não tem água, que a água passa pertinho de mim, mas não chega na minha casa. Se fosse para deixar tudo como está, não me chamasse não. Eu cheguei foi para mexer mesmo, entrei para mudar, chacoalhar, porque não está agradando à população. A população não se sente abraçada, acolhida e representada pela Deso, por isso que nós estamos fazendo mudanças e se não tiver gritaria, é porque eu errei. Eu entrei, realmente, para mexer e vou mexer. Se está incomodando, eu já estou gostando”, declarou.
Fábio foi perguntado se esse tipo de situação o intimida. “De forma nenhuma. A Deso é um problema que tem que virar solução, porque ela tem que atender à população. Nós temos que resolver o problema da falta d’água. Eu chego no Sertão, é reclamação d’água. Se eu for no Agreste, é reclamação d’água. Se eu for na região Sul e Centro-Sul, ou Boquim, a mesma coisa. É uma constante. Quando tem água, que nem em Aracaju, se estoura um cano, quando a companhia faz o serviço e vai embora, deixa lá esburacado, faz o serviço mal feito. Não sou eu que estou dizendo isso, não. Aqui o programa recebe todos os dias esse tipo de queixa. Eu vou deixar como está? Esse tipo de queixa é uma constante, então tem que mexer, tem que brigar, tem que mostrar o que está errado e quem não suportar a pressão pede para sair e a gente bota quem queira”, disse o governador.
O governador também foi perguntado sobre a questão da Parceria Público-Privada, a famosa PPP da qual tanto de fala nos bastidores da política sergipana. Fábio foi enfático: “PPP não, Concessão. Tem uma diferença, nó vamos continuar dentro da empresa, vamos fazer a captação da água e vamos entregar para a inciativa privada possa fazer a distribuição, para acabar com as perdas, levar a água para quem precisa e fazer os investimentos e melhorias que a Deso precisa. Estamos falando de R$ 7 a R$ 8 bilhões em investimentos, que a companhia não tem para fazer, a verdade é essa. Vamos concentrar a força da empresa no que ela sabe fazer, que é a captação de água. A Deso tem um bom trabalho de captação de água, que será reforçado. Estamos investindo, só neste ano, quase R$ 1 bilhão na captação de água, para garantir, quando fizermos a concessão, que vai ter água para vender para a iniciativa privada e entregar para a população. Portanto, se os bastidores da Deso estão quentes, vai ferver. A gente quer que mude mesmo e que incomode, porque não está agradando à população. Isso é fato”, disse Fábio Mitidieri.