Uma professora que ministra quatro aulas, em turmas diferentes, em uma manhã, convive em média com 120 estudantes, em um único dia, em apenas um turno. Se ampliarmos este mesmo exemplo para mais um turno de trabalho e calcularmos durante toda a semana (de segunda a sexta), teremos aí uma média de 720 estudantes em uma semana, que convivem diretamente com a professora.
Este é apenas um exemplo hipotético, mas os números reais, no dia a dia da sala de aula, podem ser ainda maiores. E se torna uma cadeia imensa se pensarmos na convivência de cada um destes estudantes com os membros de suas famílias, o que faz de professores e professoras um grupo extremamente vulnerável ao Coronavírus.
Soma-se a isso as condições de trabalho de professores e professoras das redes municipais e da rede estadual de ensino em Sergipe. Infelizmente, mesmo após o ápice da pandemia de Covid-19, muitas escolas ainda seguem em condições precárias, no tocante a estrutura física, com salas de aula pouco ventiladas e pequenas. Um prato cheio para a proliferação de vírus.
Por isso, o SINTESE apela ao Governo do Estado de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Saúde e também em consonância com os municípios do nosso estado, para que estabeleça professores e professoras da educação básica como grupo prioritário para receber a 4ª dose da vacina contra Covid-19.
Muitos professores já procuraram o SINTESE para alertar sobre casos de Covid-19 em suas escolas e denunciar as condições de trabalho em salas de aula lotadas e pouco ventiladas.
Além das más condições dos espaços de trabalho e do convívio direto com um grande número de alunos desde o retorno das aulas presencias, outro fator preocupa a categoria: o aumento considerável no número de casos de Covid-19, nas últimas semanas, em alguns estados do Brasil.
“Em Sergipe o aumento de casos está gradativo, mas há um aumento. Além disso, estamos vendo ser noticiado diariamente a chegada de uma nova onda de Covid em outros estados brasileiros e isso é preocupante, porque já sabemos o início, o meio e fim desta história. Este não é o momento de esperar e pagar para ver. É o momento de agir e proteger o mais rápido possível os grupos que estão mais expostos ao vírus, e professores e professoras fazem parte destes grupos. Esperamos que o Governo de Sergipe e as gestões municipais sigam a máxima: “Prevenir é melhor que remediar” e liberem a 4ª dose para a nossa categoria”, coloca o presidente do SINTESE, professor Roberto Silva.
O SINTESE vai enviar ofício à Secretaria de Estado da Saúde no qual irá solicitar a prioridade para professores e professoras em tomar a 4ª dose da vacina contra Covid-19.
Por Luana Capistrano