Nada como a proximidade das eleições para fazer com que os nossos políticos entrem numa espécie de catarse, amoleçam o coração e se transformem numa espécie de pais provedores, que a todos atendem com suas benesses, digamos, desinteressadas. Nesse sentido, as eleições são como o Natal, em que todos buscam exibir seu lado fraterno de ocasião.
Para o expectador atento à repentina mudança de comportamento, toda essa metamorfose dura tanto quanto fumaça ao vento. Tão logo as urnas são fechadas e os destinos, selados, o encanto se desfaz e todos empreendem um regresso ao umbigo do próprio ego. Engana-se quem pensa que todos esses mimos, feitos de maneira estratégica e cronometrada, saem diretamente dos bolsos desses beneméritos políticos.
No preço da bondade pré-eleitoral, está embutido um alto valor a ser pago por todos os contribuintes, mesmo aqueles que reprovam abertamente esse tipo de bondade.
Circe Cunha (interina) // Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.