O governador Fábio Mitidieri (PSD) defendeu uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o que o Sintese faz com os recursos dos professores.
Os recursos são públicos e descontados mensalmente na Folha dos Servidores da Educação.
“Do mesmo jeito que eles me criticam, defendo, desde o início do mandato, uma CPI do Sintese”, diz o governador.
Para o presidente do SINTESE, Roberto Silva, o governador desconhece o funcionamento do sistema sindical brasileiro, desrespeita o magistério e tenta desviar o foco com falsas polêmicas.
“O governador, com essa medida, tenta desviar o foco com falsas polêmicas. Como o governador Fábio Miditieri nunca foi um trabalhador, nunca esteve filiado a um sindicato de trabalhador, eu acho que ele conhece, talvez ele não conheça como é que funciona a organização sindical. O sindicato é uma organização privada, é uma organização que não recebe recurso público, é uma organização que sobrevive da contribuição voluntária do trabalhador que é filiado ao sindicato, no nosso caso, dos professores. Por não receber dinheiro público, o sindicato não tem obrigação de prestação de contas públicas. A nossa obrigação é de prestação de contas aos filiados, por ser uma instituição privada, assim como os sindicatos patronais, eles têm obrigação de prestar contas ao seus filiados. Então é como funciona a organização sindical. A prestação de contas do SINTESE é apresentada a cada seis meses no nosso Conselho, com representação do estado inteiro, com quase 200 professores de todo o Estado, onde esse Conselho aprecia as contas e ela fica à disposição dos professores filiados que queiram verificar”, explica o presidente do SINTESE, acrescentando que uma CPI deveria ser criada para investigar os recursos da Secretaria de Estado da Educação (SEDUC).
“CPI não vai existir, até porque a gente não recebe dinheiro público, não é papel da Assembleia. A Assembleia poderia abrir uma CPI contra a SEDUC, que é quem precisa de CPI, porque até agora nós não temos. Até eu ouvi um áudio de uma mãe, cobrando apoio às crianças com deficiência, que desde o mês de abril que essas crianças estão sem aula, vão perder o ano letivo de 2024, que estão sem aula os alunos. O ano letivo já quase terminando e os meninos sem apoio pedagógico. Então esse é o grande problema!”, observa.
Ainda, segundo o professor Roberto Silva, o governador não aceita críticas ao governo e se comporta como “menino birrento”.
“É aquela coisa do menino birrento, sabe? Que não gosta de ser contestado, não gosta de ser questionado, não gosta de ser criticado. E isso, no nosso entendimento, é muito ruim para um governador de Estado, porque ninguém mandou o Fábio Miditieri colocar o nome para ser governador, ele que quis ser governador, ele colocou o nome para ser Governador. Agora ele é governador, ele precisa ouvir tanto quem ele gosta, quanto quem ele não gosta. Por exemplo, nós tivemos conflito com o governador João Alves, mas o governador João Alves recebeu o SINTESE mesmo nos conflitos, porque esse é o papel do estadista. Ah, o SINTESE está me criticando! Isso não é de um estadista, de um governador de Estado, pela santa paciência!”, conclui.
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Fontes:
https://www.nenoticias.com.br/governador-defende-cpi-do-sintese/