Na tentativa de distensionar o Governo do Estado e conseguir reabrir o canal de diálogo e negociação, o presidente do SINTESE, professor Roberto Silva, acompanhado da ex-deputada Ana Lúcia, participou de audiência com os Bispos católicos, Dom Vitor Agnaldo de Menezes, da diocese de Propriá e Dom Genivaldo Garcia, da diocese de Estância. O encontro aconteceu no Seminário Maior Nossa Senhora da Conceição, em Aracaju, na tarde desta segunda-feira, dia 10.
Além do SINTESE, participaram também representantes do Sinasef Sergipe, sindicato de professores e técnicos do Instituto Federal de Sergipe, por meio de seu dirigente Acácio Nascimento e o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação da UFS (Sintufs) e da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil, Wagner Viera.
As categorias federais estão em greve. No caso dos técnicos da UFS, a greve completou 90 dias e os servidores do IFS estão há 60 dias com as atividades paralisadas. O objetivo da participação dos trabalhadores federais foi conseguir audiência com a CNBB, para que a mesma também possa mediar o diálogo junto ao governo Lula.
Busca de reabertura de diálogo
O presidente do SINTESE, professor Roberto Silva, começou a audiência com os Bispos explicando sobre a destruição da carreira do magistério da Rede Estadual de Ensino e como isso afetou drasticamente a vida financeira de professoras, professores e suas famílias.
Roberto Silva contou ainda que no ano passado houve um início de retomada da carreira, no entanto, muito a quem do que almejam professoras e professores. O presidente do SINTESE colocou que o Governo do Estado, em 2023, havia se comprometido que em 2024, iria retomar a negociação com o Sindicato para que fossem debatidas uma série de outras reivindicações fundamentais para a categoria.
O ano de 2024 chegou, o secretário de estado da educação, Zezinho Sobral, recebeu algumas vezes o SINTESE em audiência, mas nunca trouxe respostas concretas a pauta. Até que no mês de maio, na última audiência, Zezinho Sobral, afirmou que não teria nada para as professoras e professores da Rede Estadual, em 2024.
“Isso gerou muita indignação por parte de professoras e professores. Além disso, o governo adotou uma postura de ir a mídia dizer que já pagava acima do piso, que professor não tinha do que reclamar, quando na verdade quem está pagando o próprio piso é o professor a partir da incorporação da regência de classe em nosso vencimento. Fora as gratificações congeladas; a falta de auxílios internet e tecnológico, estamos tendo que pagar para trabalhar porque hoje grande parte do nosso trabalho depende de internet e de tecnologia e ainda temos a falta de condições de trabalha por conta da estrutura precária das escolas. A postura do Governo do Estado não nos deu outra alternativa: paralisamos a nossa atividade por 3 dias e depois por mais 3”, explicou o professor Roberto Silva.
A professora Ana Lúcia acrescentou que nada adianta receber o SINTESE, mas não trazer qualquer proposta para a categoria. “Tanto o governador, como o secretário de estado da educação, afirma e refirma na mídia que estavam recebendo o SINTESE. Mas do que adianta receber e não dar repostas? O diálogo se fechava em si, não havia uma via de mão dupla na negociação”, relembrou.
Após ouvir o SINTESE atentamente, os Bispos se comprometeram a buscar o Governo de Sergipe para dialogar e solicitar que seja reaberto o canal de diálogo com o SINTESE. E também se comprometeram, com os representantes do IFS e da UFS, a marcar audiência na CNBB para que o comando de greve das instituições seja recebido.
“Estamos buscando todas as frentes possíveis para reabrir o canal de diálogo e negociação com o Governo do Estado. Os Bispos se mostram muito sensíveis à situação das professoras e professores da Rede Estadual. O SINTESE não está aqui para guerra com o governo ou para desgaste, o que queremos são propostas concretas a nossa pauta de reivindicação. E esperamos que a intervenção de Dom Vitor e Dom Genivaldo consiga mostrar ao governador Fábio Mitidieri e ao secretário Zezinho Sobral, que o diálogo é a única via para a construção de um estado cada vez mais forte e democrático e que receber os professores, atender as nossas pautas, é fortalecer o futuro do povo de Sergipe”, afirma o presidente do SINTESE.
O que querem as professoras e professores da Rede Estadual de Ensino?
– Descongelamento da GATI (Gratificação de Tempo Integral), do triênio e de gratificações fixas reajustáveis, que estão há dois anos congeladas;
– Garantia da recuperação do poder aquisitivo do Magistério Público Estadual, em relação às perdas salariais acumuladas, no período de 2012 até 2024;
– Melhorias nas condições de trabalho e nas estruturas físicas das escolas;
– Retorno dos auxílios internet e tecnológico;
– Convocação de concurso público para Rede Estadual de Ensino.