Apesar de proibição judicial, o Sindicado dos Professores de Sergipe (Sintese) inicia nesta terça-feira, 4, em frente a sede da Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc), um movimento de paralisação das atividades docentes nas escolas estaduais.
A previsão é que o movimento paredista dure até esta quinta-feira, 06 de junho. De acordo com o sindicato, a paralisação dos professores segue mantida devido à falta de notificação oficial pela Justiça.
Na pauta de reivindicações, a categoria cobra do Governo de Sergipe alguns benefícios, além de um diálogo mais efetivo para tratar os anseios dos profissionais da Educação.
A nossa pauta de reivindicação é o descongelamento de gratificações, a exemplo do descongelamento do triênio, que é a gratificação que valoriza o servidor por tempo de serviço, a gratificação de tempo integral, além das gratificações que estão vinculadas à revisão geral dos servidores, o auxílio internet, o auxílio tecnológico, e o concurso público para o magistério”, diz o presidente do Sintese, Roberto Silva.
Ainda segundo Silva, há ausência de proposta por parte do Governo do Estado em relação às pautas de reivindicação dos professores. “Diante da postura e da afirmação do governador Fábio Mitidieri (PSD) que ele, pessoalmente, não irá mais receber o Sintese e que as audiências deverão ser agora com o secretário do Estado da Educação, Zezinho Sobral (PSB) e com a secretária de Estado da Administração, Lucivanda Passos, professoras e professores decidiram que os atos serão em frente aos prédios da repartições públicas justamente para cobrar respostas”, alega o presidente do Sintese.
O que diz a Seduc
Em nota, a Seduc diz reforçar o compromisso do Governo do Estado com a educação e com os servidores do magistério e, desde 2023, tem mantido diálogo aberto, transparente e respeitoso com a categoria, amplamente divulgado. “Inclusive no ano de 2024 já foram quatro encontros para tratar sobre a pauta da categoria, sendo o último no no dia 16 de maio. O Governo segue sempre de portas abertas para somar, dialogar, fortalecer os professores e a educação sergipana”, salientou inicialmente a pasta.
Ainda segundo a Seduc, Sergipe paga professores da rede pública estadual acima do piso nacional, que é de R$ 4.580,57, definido pelo Ministério da Educação e da Cultura, de acordo com a Portaria nº 61, de 31 de janeiro de 2024. Em Sergipe, no ano de 2024, professor em início de carreira na rede pública estadual tem salário base R$ 5.634,85 (R$ 4.902,28 + R$ 732,57). Já um professor regular com dois vínculos o salário passou para o total de R$ 11.269,70 (R$ 4.902,28 + R$ 732,57, de cada vínculo). O professor em tempo integral recebe R$ 8.521,00 (R$ 4.902,28 + R$ 732,57 + R$ 2.886,15). A média salarial do professor regular é de R$ 7.260,71 e a média salarial professor em tempo integral é de R$ 9.408,39.
“A permanência do abono temporário dos professores para o biênio 2024/2025 é um dos resultados que atendem aos anseios da categoria. Ele passou a ser pago em 12 parcelas fixas de R$ 732,57, de janeiro a dezembro de 2024. A partir de janeiro de 2025, as 12 parcelas fixas passam a ser de R$ 632,57, já que R$ 100 será adicionado ao salário base”, reforçou a Seduc.
por João Paulo Schneider