Os servidores do Banco Central estão planejando intensificar uma operação-padrão a partir de terça-feira, que tem causado lentidão nos serviços da autoridade monetária desde julho. O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) afirma que essa mobilização pode impactar o desenvolvimento do Drex (real digital), atrasar a implementação do Pix parcelado e afetar a criação de novas funcionalidades do Pix.
A decisão de endurecer a operação-padrão será discutida e votada pelos funcionários em assembleia. O sindicato alega falta de compromisso do governo em negociar e pede medidas de reestruturação de carreira, incluindo um bônus de produtividade semelhante ao dos auditores fiscais da Receita Federal.
A operação-padrão já atingiu mais de 23 departamentos do Banco Central, com 71% de adesão dos servidores, causando mais de 150 atrasos, suspensões ou cancelamentos de atividades e projetos em quase três meses. Isso afeta o desenvolvimento do Drex, melhorias do Pix, divulgação de estatísticas econômicas, atendimento ao público e até o Lift Lab, laboratório de inovações financeiras e tecnológicas.
Os efeitos dessa mobilização serão sentidos no longo prazo, afetando serviços visíveis para a população, como o Pix, e áreas menos visíveis, como supervisão bancária e estabilidade financeira. Diretores e chefes de departamento do Banco Central também manifestaram apoio à greve.
O Banco Central possui quase metade de seus cargos vagos, e não foi incluído no pacote de novos concursos públicos anunciados pelo governo. Os servidores, que compõem a elite do funcionalismo público, pedem equidade salarial e reestruturação completa da carreira.
Em resposta, o Ministério da Gestão e Inovação afirma seu compromisso com o diálogo, mas os servidores estão determinados a intensificar sua mobilização por tempo indeterminado. A situação continua em desenvolvimento, e o Banco Central não fez comentários sobre a escalada da mobilização.