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O América Futebol Clube, da cidade de Propriá, Sergipe, entrou na Justiça Federal contra o uso não autorizado do nome do clube e de seus jogadores por casas de apostas (bets). A ação, movida contra o Ministério da Fazenda, busca uma liminar que proíba essa prática no Campeonato Sergipano de 2025, sob pena de multa.
Segundo Joaquim Feitosa, dirigente do América, o clube nunca recebeu dinheiro das bets, mas seu nome e de seus atletas são explorados sem autorização, configurando abuso de direito de imagem. Ele destaca que as casas de apostas lucram com essa prática, enquanto o clube não recebe nenhum benefício.
O advogado do América, João Gabriel Teixeira Azevedo, alerta para os riscos das apostas, especialmente para jogadores jovens e vulneráveis, que podem ser aliciados para manipular resultados. O tema foi recentemente discutido na CPI das apostas esportivas no Senado, onde se revelou que dirigentes e ex-atletas participaram de esquemas criminosos.
O senador Romário citou casos de manipulação, como jogadores que simulam faltas para receber cartões amarelos. O Ministério da Fazenda pretende criar um banco de dados de pessoas proibidas de apostar, incluindo jogadores, técnicos e árbitros.
Com 112 anos de história, o América de Propriá defende princípios éticos e decidiu evitar qualquer envolvimento com casas de apostas. Feitosa afirmou que, até o momento, não há indícios de esquemas no clube, mas a medida foi tomada para garantir a integridade da equipe.
Se a Justiça não decidir a tempo para o atual campeonato, o clube seguirá com o processo para evitar o uso indevido de sua imagem no futuro. No entanto, Feitosa admite que o América pode discutir um contrato com as bets, desde que haja compensação financeira e cláusulas bem definidas.
O advogado do clube reforça que a exploração comercial sem autorização não só infringe direitos, mas também fere princípios éticos, destacando a importância de uma regulamentação mais rígida para proteger clubes e atletas.
Imagem: G1-SE